domingo, janeiro 08, 2012

Nota Homilética n. 4

Traindo a Jesus

Com base em João 13:2

Introdução. Há muito equívoco em relação à operação do diabo em nosso meio. Existem aqueles que não creem que ele existe, outros acham que existe, mas que não atinge os cristãos e há, ainda, aqueles que supõem se ele uma força despersonalizada, o mal em si.

A decisão sobre esta questão, passa por outra, anterior a esta, e que é fundamental para os nossos posicionamentos a respeito de todos os assuntos da fé, a saber, qual o alicerce sobre o qual erigiremos nossas crenças. Temos várias possibilidades: a teologia (há muitas no mercado, para todos os gostos), num gesto de submissão a uma determinada tradição na qual somos formados e formatados; nossas experiências, domo como elas são assimiladas por nós e define a silhueta da maneira como vemos as coisas; a conveniência, nossa ou do meio em que vivemos, pode ser o crivo para estabelecer o que crer e professar.

Faz muito tempo que eu decidi que não assumiria a posição de juiz das Escrituras, mas deixaria que o Evangelho, no modo como nos foi apresentado pelos autores canônicos, lido e interpretado sem sutilezas, mas com a simplicidade de uma criança ou de um camponês, sim, este Evangelho, me ensinaria sobre o que eu devo crer e sobre a forma como eu devo viver.

Elucidação. Deste modo e com esta perspectiva, o que posso dizer sobre o diabo?

1. que ele existe;

2. que é dotado de intencionalidade;

3. que é tentador;

4. que cega o entendimento dos homens para não creiam nem confiem em Deus;

5. que perverte o entendimento das Escrituras, para que os homens não entendam a sua mensagem e sejam guiados pelo Espírito;

6. que tenta a todos e a qualquer um;

7. que põe coisas nos corações dos homens.

Desenvolvimento. A pergunta que lhe proponho e sobre a qual lhe convido a meditar nesta noite é sobre “o que o diabo está colocando em seu coração?”

Talvez você não sabe o que seja, mas estou convencido de que ele não está inativo em relação à sua vida. Ele pode ser até impotente ou ineficaz em alguns casos, mas nunca inativo.

Permita que eu me arrisque, mas baseado naquilo que aconteceu com Judas, é provável que nós possamos compreender que o que o diabo deseja para todos nós é que traiamos a Jesus.

Sim, trair a Jesus é o que o diabo tem lhe tentado a fazer. Mas como?

1. Não confiando em seu poder, amor e fidelidade;

2. Escolhendo e preferindo algo ou alguém em seu lugar;

3. Vivendo de conformidade com a sua vontade, como se ele não existisse.

Conclusão. O fim de Judas foi o que foi, não porque o diabo colocou no seu coração a ideia ou desejo de trair a Jesus, mas porque ele fez o que fez. Mas, sobretudo, porque depois de ter feito o que fez não se arrependeu, não procurou se reconciliar com Cristo.

Quando Judas, percebendo a besteira que tinha feito, procurou o Sinédrio para devolver as trinta moedas de prata pelas quais tinha vendido a Jesus, ele o traiu novamente; quando Judas se enforcou em uma árvore por não suportar viver com o que fizera, ele o traiu novamente.

E você até quando vai trair Jesus?!?