Nota Homilética n. 4
Traindo a Jesus
Com base em João 13:2
Introdução. Há muito equívoco em relação à operação do diabo em nosso meio. Existem aqueles que não creem que ele existe, outros acham que existe, mas que não atinge os cristãos e há, ainda, aqueles que supõem se ele uma força despersonalizada, o mal em si.
A decisão sobre esta questão, passa por outra, anterior a esta, e que é fundamental para os nossos posicionamentos a respeito de todos os assuntos da fé, a saber, qual o alicerce sobre o qual erigiremos nossas crenças. Temos várias possibilidades: a teologia (há muitas no mercado, para todos os gostos), num gesto de submissão a uma determinada tradição na qual somos formados e formatados; nossas experiências, domo como elas são assimiladas por nós e define a silhueta da maneira como vemos as coisas; a conveniência, nossa ou do meio em que vivemos, pode ser o crivo para estabelecer o que crer e professar.
Faz muito tempo que eu decidi que não assumiria a posição de juiz das Escrituras, mas deixaria que o Evangelho, no modo como nos foi apresentado pelos autores canônicos, lido e interpretado sem sutilezas, mas com a simplicidade de uma criança ou de um camponês, sim, este Evangelho, me ensinaria sobre o que eu devo crer e sobre a forma como eu devo viver.
Elucidação. Deste modo e com esta perspectiva, o que posso dizer sobre o diabo?
1. que ele existe;
2. que é dotado de intencionalidade;
3. que é tentador;
4. que cega o entendimento dos homens para não creiam nem confiem em Deus;
5. que perverte o entendimento das Escrituras, para que os homens não entendam a sua mensagem e sejam guiados pelo Espírito;
6. que tenta a todos e a qualquer um;
7. que põe coisas nos corações dos homens.
Desenvolvimento. A pergunta que lhe proponho e sobre a qual lhe convido a meditar nesta noite é sobre “o que o diabo está colocando em seu coração?”
Talvez você não sabe o que seja, mas estou convencido de que ele não está inativo em relação à sua vida. Ele pode ser até impotente ou ineficaz em alguns casos, mas nunca inativo.
Permita que eu me arrisque, mas baseado naquilo que aconteceu com Judas, é provável que nós possamos compreender que o que o diabo deseja para todos nós é que traiamos a Jesus.
Sim, trair a Jesus é o que o diabo tem lhe tentado a fazer. Mas como?
1. Não confiando em seu poder, amor e fidelidade;
2. Escolhendo e preferindo algo ou alguém em seu lugar;
3. Vivendo de conformidade com a sua vontade, como se ele não existisse.
Conclusão. O fim de Judas foi o que foi, não porque o diabo colocou no seu coração a ideia ou desejo de trair a Jesus, mas porque ele fez o que fez. Mas, sobretudo, porque depois de ter feito o que fez não se arrependeu, não procurou se reconciliar com Cristo.
Quando Judas, percebendo a besteira que tinha feito, procurou o Sinédrio para devolver as trinta moedas de prata pelas quais tinha vendido a Jesus, ele o traiu novamente; quando Judas se enforcou em uma árvore por não suportar viver com o que fizera, ele o traiu novamente.
E você até quando vai trair Jesus?!?