Eu acredito em dragões!
Esta vida é engraçada. Existem lendas em que quase todos crêem e verdades nas quais quase ninguém acredita. Este é o caso dos dragões, aqueles seres com os quais estamos tão familiarizados desde crianças, que fazem parte das estórias que lemos, ouvimos e vimos em filmes e desenhos animados. De tanto vê-los assim, “mitificados”, somos induzidos a pensar que eles não existem, mas eles são bem reais. Eu mesmo já vi muitos dragões, e daqueles de cujas bocas saem fogo que consome suas vítimas.
Esta vida é engraçada. Existem lendas em que quase todos crêem e verdades nas quais quase ninguém acredita. Este é o caso dos dragões, aqueles seres com os quais estamos tão familiarizados desde crianças, que fazem parte das estórias que lemos, ouvimos e vimos em filmes e desenhos animados. De tanto vê-los assim, “mitificados”, somos induzidos a pensar que eles não existem, mas eles são bem reais. Eu mesmo já vi muitos dragões, e daqueles de cujas bocas saem fogo que consome suas vítimas.
Há uma ilha na Indonésia chamada Komodo. Lá encontramos dezenas de dragões, eles são chamados de dragões de Komodo, podem chegar a ter 3,5 m de comprimento e pesar 125 Kg. São enormes. Parecem-se com lagartos gigantes, mas se deslocam com lentidão. Sua arma letal é a boca inflamada. Assim como os tubarões, os dragões de Komodo têm fileiras de dentes, onde ficam depositados os restos de suas refeições e ali elas apodrecem, produzindo diferentes e potentes tipos de bactérias. Ao atacar suas vítimas, geralmente de emboscada ou aproximando-se delas silenciosamente, basta-lhes dar uma abocanhada e em seguida soltá-las. As bactérias farão o resto do trabalho. Seguem as vítimas de longe, vendo-as serem paulatinamente consumidas pelos pequenos monstros que eles nelas introduzem mordendo-as.
Sim, mas eles soltam fogo pela boca? Claro! Você já teve uma infecção violenta? Se teve, sabe que a sensação é que se está pegando fogo. Um calor que partindo do ferimento vai se espalhando por todo corpo e isso vai consumindo o enfermo. Se ele não for socorrido logo pode vir a óbito em poucas horas. É o caso das refeições do lagarto em tela. São Tiago diz que é comum haver também dragões humanos, mas neste caso o veneno, as mortíferas bactérias, não estão depositadas em seus dentes, mas nos órgãos da fala. Ele diz: “a língua é fogo; é mundo de iniqüidade; a língua está situada entre os membros de nosso corpo, e contamina o corpo inteiro e não só põe em chamas toda a carreira da existência humana, como é posta ela mesma em chamas pelo inferno” Tg. 3:6.
Estamos diante de uma realidade terrível, poucas pessoas têm sido vítimas em nossos dias dos dragões pesados e desajeitados de Komodo, mas em toda parte, na família, nos negócios, nas relações fraternas... abundam os que cambaleiam tocados por línguas ferinas que, nas palavras do escritor sacro, estão a serviço do diabo e do inferno. Mas como elas fazem isso? Há basicamente três formas de envenenamento: a mentira, a provocação e o lançamento de dúvidas. Muitas vezes estes venenos são administrados conjuntamente e acabam produzindo mais celeremente seus efeitos. Analisemos brevemente cada um deles.
A mentira sobre a qual estamos falando não é aquela que é animada pela covardia de quem não quer assumir a responsabilidade de suas escolhas e de seus erros. Referimo-nos à mentira que é a distorção de fatos com o objetivo de prejudicar uma pessoa. Mente quem inventa tais narrativas e quem as repassa sem que tenham sido verificadas, isto porque estes últimos são úteis ao propósito de destruir àqueles sobre quem se fala. Pergunte-se apenas uma coisa: se algo ruim está sendo dito sobre alguém, por que eu tenho que participar disso? Por que eu devo dar a minha contribuição para elamear a vida e a história de uma pessoa? Caso o que se diz seja verdade, ela não precisará de minha ajuda para se firmar. Caso não seja verdade, não é bom nos manchemos com o sangue de um inocente.
O segundo tipo de veneno a que nos dispomos a pensar é a provocação. Isto ocorre quando uma pessoa se permite instrumentalizar para lançar discórdia entre dois irmãos. Instiga um contra o outro, faz aquele papel de menino safado que fica dizendo: “carinha da mãe de um, carinha da mãe do outro”, para que crianças abobalhadas ferindo o objeto que representa a mãe do então adversário se envolvam numa briga, enquanto o que a provocou ri de ambos. Este é sem dúvida um agente do diabo. O livro de Provérbios diz que se há algo que Deus abomina é quem lança discórdia entre irmãos (Pv. 6:16-19) e Jesus nos ensinou que são bem-aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus (Mt. 5:9). O que você é?
O último veneno a ser comentado é o que se presta a lançar dúvidas. Não se trata de mentira, porque a sagacidade do agente não o faz fazer afirmações. Nem se trata de provocação, porque necessariamente a dúvida não é lançada para criar contendas entre duas ou mais pessoas. Há pessoas que são realmente mestras em tirar a paz e a segurança dos outros, uma vez que o que nos aquieta a alma é a possibilidade de ancorá-la em alguma certeza. Em Otelo, o dramaturgo inglês Shakespeare, com refinamento incomparável cria o “inferno da dúvida”. Posto que a dúvida não nos tira apenas a determinação no agir, mas retira a tranqüilidade em decidir, seja lá qual for a decisão.
Quer um conselho? Afaste-se de dragões, sejam eles quais forem. Escute esta exortação: se você é dragão se converta!
Com carinho,
Martorelli Dantas
martorelli@martorelli.org
3 comentários:
Professor, neste último tipo de veneno, em que se presta a lançar dúvidas, se for àqueles que se encontram estagnados em conceitos primitivos e manipulados, ou mesmo por preconceitos, se faz necessário. Há aqueles que aquietam a alma numa situação idiota, no sentido literal do termo. Ancorar-se numa certeza em que não se pergunta suas causas e consequências, não pode ser considerada uma certeza, apenas um conforto.
p.s: Professor, fui seu aluno na faculdade Marista, no curso de Direito neste primeiro semestre. Continuo a lamentar não ter podido continuar a nos fornecer conhecimento em sala. Felizmente aqui achei onde poder voltar a ter contato.
Sds.
Pedro Augusto.
Cara, é sempre bom lê-lo. Mesmo quando discordamos. Estou agora em SP fugindo velhos dragões de Komodo do conhecido arraial hodgeano. Que Deus me ajude.
Dá uma passadinha no meu modesto blog que montei com alguns colegas de seminário. Gente nova e boa da cuca. Abração Martorelli.
Esqueci do endereço (risos):
http://indexreformado.blogspot.com/
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