domingo, junho 23, 2013

IMPORTAR MÉDICOS... DESCE UMA CUBA-LIBRE

Tem umas coisas que são difíceis de entender e explicar. A presidente disse que nós vamos "importar" médicos, porque os que há no Brasil são insuficientes para atender à necessidade da população. Estes médicos virão, principalmente, de Cuba, sem falar a nossa língua e sem entender as peculiaridades da vida no Brasil

É verdade, não temos médicos suficientes. Mas temos milhões de jovens desejosos de fazer o curso de medicina, boa parte deles em absolutas condições de fazê-lo, mas a concorrência é desumana e frustrante. Em nosso país não é a vocação que define a profissão que vai se seguir, mas as condições financeiras dos candidatos ou o fato de serem superdotados.

Se novas faculdades de medicina tivessem sido abertas no início do governo PT, já estaríamos formando a segunda "fornada" de profissionais. Se houvesse um programa de estímulo a ida deles para as cidades do interior, em grande medida, o atual estado de coisas estaria resolvido. A decisão de nossa presidente é a assunção da falta de planejamento e visão de longo prazo das forças que representa.

O governo, e a esquerda em geral, sempre que podem elogiam a educação em Cuba. Esta esquerda assumiu o poder com a eleição de FHC em 1994, de lá pra cá se passaram quase 20 anos e nós, de eleição em eleição, escolhemos candidatos sempre mais à esquerda. Contudo, nenhum deles manifestou o mínimo interesse em promover aqui a revolução que Fidel e Che fizeram lá.

Qual a conclusão a que chegamos? Precisamos de um governo de direita? De modo nenhum. Nada poderia ser mais maléfico e anacrônico para a alma brasileira. O que me parece evidente é que estes governos, ditos de esquerda, eram de fato e de verdade, forças vendidas aos "dominadores deste mundo tenebroso", às mesmas forças que legitimaram e sustentaram o governo militar.

Ou enxergamos isso agora, ou corremos o risco de adotar medidas que serão um desestímulo ao esforço daqueles jovens, que passam três ou quatro anos tentando vestibulares por todo o país, movidos pelo sonho de serem médicos. A solução da "importação" é mais rápida e mais prática do que abrir novas universidades, mas é só outro exemplo da política desastrada de maquiar a incompetência administrativa com "bolsas de ilusão".

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