IMPORTAR MÉDICOS... DESCE UMA CUBA-LIBRE
Tem umas coisas que são difíceis de entender e explicar. A presidente
disse que nós vamos "importar" médicos, porque os que há no Brasil são
insuficientes para atender à necessidade da população. Estes médicos
virão, principalmente, de Cuba, sem falar a nossa língua e sem entender
as peculiaridades da vida no Brasil
É verdade, não temos médicos suficientes.
Mas temos milhões de jovens desejosos de fazer o curso de medicina, boa
parte deles em absolutas condições de fazê-lo, mas a concorrência é
desumana e frustrante. Em nosso país não é a vocação que define a
profissão que vai se seguir, mas as condições financeiras dos candidatos
ou o fato de serem superdotados.
Se novas faculdades de
medicina tivessem sido abertas no início do governo PT, já estaríamos
formando a segunda "fornada" de profissionais. Se houvesse um programa
de estímulo a ida deles para as cidades do interior, em grande medida, o
atual estado de coisas estaria resolvido. A decisão de nossa presidente
é a assunção da falta de planejamento e visão de longo prazo das forças
que representa.
O governo, e a esquerda em geral, sempre que
podem elogiam a educação em Cuba. Esta esquerda assumiu o poder com a
eleição de FHC em 1994, de lá pra cá se passaram quase 20 anos e nós, de
eleição em eleição, escolhemos candidatos sempre mais à esquerda.
Contudo, nenhum deles manifestou o mínimo interesse em promover aqui a
revolução que Fidel e Che fizeram lá.
Qual a conclusão a que
chegamos? Precisamos de um governo de direita? De modo nenhum. Nada
poderia ser mais maléfico e anacrônico para a alma brasileira. O que me
parece evidente é que estes governos, ditos de esquerda, eram de fato e
de verdade, forças vendidas aos "dominadores deste mundo tenebroso", às
mesmas forças que legitimaram e sustentaram o governo militar.
Ou enxergamos isso agora, ou corremos o risco de adotar medidas que
serão um desestímulo ao esforço daqueles jovens, que passam três ou
quatro anos tentando vestibulares por todo o país, movidos pelo sonho de
serem médicos. A solução da "importação" é mais rápida e mais prática
do que abrir novas universidades, mas é só outro exemplo da política
desastrada de maquiar a incompetência administrativa com "bolsas de
ilusão".
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